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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Canais de civilização anterior aos Incas podem solucionar a crise hídrica de Lima


Durante sete meses do ano, a população de Lima, capital peruana, enfrenta racionamentos constantes de água devido ao clima desértico; mas, nos cinco meses restantes, o degelo da Cordilheira dos Andes faz com que os três rios que cortam a região fiquem tão cheios que chegam a causar enchentes e deslizamentos de terra.

Toda essa água acaba indo parar no Oceano Pacífico. Para evitar os cortes no abastecimento da cidade, o caminho mais lógico a se seguir seria dar um jeito de reaproveitar esse volume todo durante a estação seca.

Um estudo recente comprovou que a melhor solução para o problema já havia sido inventada há 1500 anos pelo povo Wari, uma civilização que prosperou no local séculos antes do império Inca.

Eles criaram um sistema de canais de pedra que chamavam de amunas, cujo funcionamento era relativamente simples mas muito eficaz: no período de cheia, parte da água dos rios Rimac, Chillon e Lurin era desviada do alto das montanhas para regiões onde pudesse se infiltrar entre as pedras.

Seguindo um sistema sem impactos ambientais, o líquido abastece naturalmente riachos que correm em níveis mais baixos da cordilheira, garantindo que o curso não seque durante os sete meses áridos.

“A ideia é construir um atraso no sistema hidrológico, retardando o fluxo de água por semanas ou mesmo meses, até que beneficie o abastecimento na temporada seca”, explicou a New Scientist Bert De Bièvre, hidrólogo da ONG local Condesan, que realizou o estudo em parceria com a ONG Forest Trends, de Washington.

O projeto descobriu que, reforçando a estrutura já existente de cerca de 50 amunas com concreto, seria possível acrescentar um montante de 26 milhões de metros cúbicos ao abastecimento de Lima durante os tempos de seca, o suficiente para reduzir o déficit atual da cidade em 60%.

Os pesquisadores concluíram também que, entre as alternativas disponíveis, esta é, de longe, a mais eficiente: ela custa um centésimo do valor de uma usina de dessalinização que está sendo estudada pelas autoridades locais.

A Sedapal, companhia que gerencia o abastecimento em Lima, anunciou que financiará o projeto das amunas – ao longo de cinco anos, 1% da arrecadação com as contas de água serão usados para arcar com os custos, estimados em 23 milhões de dólares.

FONTE: GALILEU 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Geoglifos do Acre são indicados para lista de patrimônios mundiais

Geoglifos acreanos foram indicados para se tornar patrimônio mundial em 2015
                               Foto: Diego Gurgel


A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) incluiu os geoglifos acreanos na lista indicativa do Brasil para se tornar um patrimônio mundial em 2015. Isso significa que os geoglifos serão avaliados e, posteriormente, poderão ser apresentados ao Comitê do Patrimônio Mundial. Esta pode ser a primeira vez que o Acre terá um bem exclusivamente seu indicado como um patrimônio mundial.

Além dos geoglifos, a nova lista brasileira teve outros cinco monumentos: Teatros da Amazônia (AM e PA), Itacoatiaras do Rio Ingá (PB), Barragem do Cedro nos Monólitos de Quixadá (CE), Sítio Roberto Burle Marx (RJ) e o Conjunto de Fortificações do Brasil (AP, AM, RO, MS, SP, SC, RJ, BA, PE, RN).

A última atualização da Unesco, realizada em 2014, incluiu três patrimônios culturais brasileiros, fazendo com que o país ficasse com 18 bens naturais e culturais. Os três do ano passado foram:  Cais do Valongo (RJ), a Vila Ferroviária de Paranapiacaba (SP) e o Ver-o-Peso (Belém/PA). A partir de agora, com os seis novos indicados, serão 24 bens, incluindo os geoglifos do Acre.

Mas o que fazer parte desta lista indicativa representa? A exposição como um patrimônio cultural facilita as iniciativas e esforços para a preservação dos bens, tanto em âmbito local e regional, quanto nacional e até internacional.  Também chama a atenção para que entidades representativas e até empresas em contato com a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco explorem, com responsabilidade, o potencial turístico destes bens culturais.

Saiba mais sobre os geoglifos - As primeiras figuras descobertas dos geoglifos foram descobertos em 1927, na linha de Nazca, no Peru. Apenas no final da década de 70, em 1977, eles foram encontrados também no Acre, após um pesquisador notá-los em um voo comercial. Desde então, passaram a ser estudos mais a fundo, ganhando ampla repercussão no Brasil e no exterior. Centenas de figuras já foram achadas e catalogadas aqui.

Os geoglifos são figuras geométricas, feitas de estruturas de terra escavadas no solo e formadas por valetas e muretas. Há um grande mistério sobre que povos teriam construído os geoglifos. Pesquisas arqueológicas indicam a possibilidade de terem sido grupos indígenas que teriam habitado a região leste do Acre e sudoeste da Amazônia em sociedades pré-coloniais.


FONTE: A Gazeta do Acre